domingo, 6 de março de 2016

O Papa recordou que a confissão é o lugar privilegiado da misericórdia de Deus



Rocío Lancho García  |  04/03/16

A misericórdia, mais do que uma atitude ou uma virtude humana, é a escolha que Deus faz em favor de cada ser humano destinado à sua eterna salvação; escolha marcada com o sangue do Filho de Deus. Assim indicou o Papa Francisco no seu discurso na manhã de hoje aos participantes do curso anual sobre o Foro interno, promovido pela Penitenciaria Apostólica.
Assim, disse que a misericórdia divina pode chegar gratuitamente a todos os que a invocam, porque “a possibilidade do perdão está realmente aberta a todos, e mais, está escancarada, como a maior das ‘portas santas’, porque coincide com o próprio coração do Pai, que ama e espera todos os seus filhos, de forma especial aqueles que erraram mais e estão distantes”.
Além disso, o Pontífice disse que a misericórdia do Pai pode chegar a cada pessoa de muitas maneiras: através da abertura de uma consciência sincera; através da leitura da Palavra de Deus que converte o coração, por meio de um encontro com uma irmã ou irmão misericordiosos; nas experiências da vida que nos falam de feridas, de pecado, de perdão e de misericórdia.
Nesta linha, recordou que o sacramento da reconciliação é “o lugar privilegiado para experimentar a misericórdia de Deus e celebrar a festa do encontro com o Pai.” O Papa disse que a festa é parte do sacramento, da mesma forma que a absolvição.
Também, destacou que quando, como confessores “nos dirigimos ao confessionário para receber os irmãos e irmãs, devemos sempre recordar que somos instrumentos da misericórdia de Deus para eles” e, portanto é necessário ficar “atentos para não colocar obstáculos a este dom de salvação”. Por isso é necessário ter sempre “atitude de fé humilde e generosa, com um único desejo, que cada fiel possa experimentar o amor do Pai”.
Por outro lado, o Papa Francisco reconheceu que cada fiel arrependido, depois da absolvição do sacerdote, tem a certeza, pela fé, de que os pecados já não existem, são cancelados pela divina misericórdia. Aliás, reconheceu que gosta de pensar que Deus tem uma fraqueza: memória ruim. Os pecados já não existem – esclareceu – porque o Senhor os esquece.
Por isso, é importante que “o confessor seja também um ‘canal de alegria’ e que o fiel, depois de ter recebido o perdão, não se sinta mais oprimido pela culpa”.
Também destacou que “somos guardiães, nunca patrões, tanto das ovelhas como da graça”. O Papa exortou a colocar no centro, e não só no Ano Jubilar, o sacramento da reconciliação, “verdadeiro espaço do Espírito Santo no qual, todos, confessores e penitentes, possamos experimentar o único amor definitivo e fiel, o de Deus para cada um dos seus filhos, um amor que não decepciona nunca”.
Para concluir, Francisco deu um conselho aos presentes para as situações em que não é possível dar a absolvição. Recomendo-lhes procurar sempre um caminho, porque muitas vezes é possível encontrar. Por isso recordou que, além da linguagem falada existe “a linguagem dos gestos” E pediu-lhes que falem como pais, recordem ao fiel que Deus lhes ama e deem-lhes a benção. De tal forma que estas pessoas possam sair do confessionário com a sensação de ter encontrado um pai e não de ter levado uma bronca.

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