quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Nigéria: a situação dos cristãos é cada vez mais dramática



O novo relatório da organização Portas Abertas destaca ainda a violência e as perseguições sofridas pelos cristãos no norte do Iraque
24 fevereiro 2016RedacaoNotícias do Mundo



Domenico-de-ga, translated and adapted by xandar. Wikipedia

É dramático o relatório “Esmagados, mas não Derrotados”, da organização Open Doors (Portas Abertas), sobre a violência contra os cristãos no norte da Nigéria e no Oriente Médio. De acordo com estimativas “conservadoras”, diz o documento, recebido pela agência Fides, são de 9.000 a 11.500 os cristãos assassinados; 1,3 milhão de cristãos estão desabrigados internamente ou foram forçados a se transferir para outro lugar desde o ano 2000; 13.000 igrejas foram destruídas ou obrigadas a fechar as portas; milhares de atividades econômicas, propriedades e casas de cristãos foram destruídas.

Por causa da violência, segundo o relatório, “a presença cristã [em algumas áreas do norte da Nigéria] foi praticamente apagada ou consistentemente diminuída, enquanto, em outras áreas, o número de fiéis nas igrejas tem crescido por causa de certo número de muçulmanos que se converteram ao cristianismo e, principalmente, por causa do afluxo dos cristãos em fuga da violência”.

“Além disso, a coesão social entre muçulmanos e cristãos foi posta em perigo. A confiança mútua desapareceu substancialmente; cristãos e muçulmanos se tornaram grupos mais e mais separados e distintos, segregados em bairros, periferias ou áreas rurais específicas”, adverte o texto.

O documento mostra ainda que, embora a etnia, os conflitos políticos e a luta pela exploração de recursos sejam conhecidas fontes de violência no norte da Nigéria, as causas da violência contra os cristãos na região parecem bastante variadas. Há conotações religiosas, econômicas e sociais ao mesmo tempo. Os elementos da violência especificamente voltada contra os cristãos do norte da Nigéria estão ligados por um denominador religioso comum: defender os interesses dos muçulmanos do norte, a sua identidade e a posição do islã.

“Não é só o islã radical, do qual o Boko Haram é o exemplo mais conhecido, mas também os muçulmanos criadores de gado e as elites muçulmanas políticas e religiosas do norte estão entre os principais atores da violência que visa atacar a minoria cristã”, salienta o relatório.

No entanto, ainda há uma grande presença cristã no norte da Nigéria, com seu potencial de unidade e força. Mas a Igreja dessa região terá que tentar não se encerrar em si mesma nem romper com a sociedade. Ela deve fazer o oposto, estimulada pelo impulso cristão, envolvendo-se com a sociedade e trabalhando pela justiça, pela paz e pela reconciliação através da partilha dos seus recursos para o bem de todos. Para tanto, será necessária a ajuda da comunidade internacional a fim de que a Igreja trabalhe pela renovação e pela transformação da comunidade cristã e da sociedade nigeriana do norte em geral.


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