sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Homilia do Papa: A oração dos fiéis muda a Igreja



Não são os papas, bispos ou padres a “levar avante a Igreja”, mas os “santos”, com suas orações. A oração que derrete o coração, a oração piedosa. Foi o que destacou o Papa Francisco durante a homilia da missa celebrada nesta manhã […]

 
Fonte: PHOTO.VA, OSSERVATORE ROMANO

Não são os papas, bispos ou padres a “levar avante a Igreja”, mas os “santos”, com suas orações. A oração que derrete o coração, a oração piedosa. Foi o que destacou o Papa Francisco durante a homilia da missa celebrada nesta manhã na capela da Casa Santa Marta.

A Sagrada Escritura é o fundamento das palavras do Pontífice, como evidenciado na primeira leitura de hoje (Sam 1,9-20), onde Ana é a protagonista: uma mulher angustiada com a própria esterilidade, que suplica a Deus o dom de um filho e, um sacerdote, Eli, que não conseguia ouvi-la, a trata como uma “bêbada”, não mostrando nenhuma compaixão por ela.

A oração de Ana era de lágrimas: “rezava em seu coração e somente os lábios se moviam, mas não se escutava a voz”, disse o Papa. “Esta é a coragem de uma mulher de fé que, com sua dor, com as suas lágrimas, pede a graça ao Senhor”, acrescentou.

Há muitas mulheres que “rezam como uma aposta”, disse Francisco, destacando o exemplo de “Santa Monica que, com suas lágrimas, conseguiu obter a graça da conversão de seu filho, Santo Agostinho”.

Falando sobre Eli, o sacerdote da primeira leitura de hoje, o Santo Padre confessou “uma certa simpatia”: porque “também vejo em mim defeitos que me aproximam dele e me fazem entende-lo melhor”.

Quando “falta piedade no coração, sempre se pensa mal” e não se entende aqueles que rezam “com dor e angústia” e “confiam a dor e a angústia ao Senhor”. Isto aconteceu com Jesus no Jardim das Oliveiras, “quando eram tamanhas a dor e a angústia que Jesus suou sangue”.

Jesus respondeu a esta angústia, da mesma forma que a mulher da primeira leitura de hoje, com “mansidão”. Ele não culpou o Pai, apenas pediu: “Pai, se quiser, tire-me isto, mas seja feita a sua vontade”.

“Às vezes, nós rezamos, pedimos ao Senhor, mas muitas vezes não sabemos chegar à luta com o Senhor, às lágrimas, a pedir, a pedir a graça”, afirmou o Papa.

Bergoglio recordou um episódio da sua experiência pastoral em Buenos Aires: um homem com a filha de 9 anos hospitalizada em fins de vida, ia a Virgem de Lujàn e passou a noite grudado nos portões do Santuário para pedir a graça da cura para a menina. E na manhã seguinte, ao voltar ao hospital, encontrou a filha curada.

“A oração faz milagres – disse o Papa – faz milagres também para os cristãos, sejam leigos, como sacerdotes e bispos que perderam a devoção e a piedade”. “A oração dos fiéis muda a Igreja: não somos nós, os Papas, os bispos, os sacerdotes, as religiosas a levar avante a Igreja… são os santos!”.

Francisco concluiu sua homilia destacando que “os santos são aqueles que têm a coragem de crer que Deus é o Senhor e que tudo pode fazer”.

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