domingo, 20 de março de 2016

A importância do Domingo de Ramos


A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações
 
A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples, que O aplaudia como “Aquele que vem em nome do Senhor”. Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia havia poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas; mas esse mesmo povo tinha se enganado no tipo de Messias que Cristo era. Pensava que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.

Para deixar claro a este povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande Libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, o Senhor entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo! Dessa forma, o Domingo de Ramos dá o início à Semana Santa, que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Lutar por saneamento é o básico



Tema em voga e urgente. 

O que precisamos no Brasil? Muitas coisas! Dentre elas medidas que visem preservar ou melhorar as condições do meio ambiente para nos prevenir de doenças e promover nossa saúde, também para melhorar nossa qualidade de vida e produtividade, o que facilitaria nossa atividade econômica. Isso se chama Saneamento Básico. Que no próprio nome já diz, é básico para vivermos bem e com dignidade.

Esse é um direito que temos assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. Mas, e a gestão e o cumprimento de tudo isso? Essa questão gera dúvidas e, em tempos de prevenção de doenças como Zika vírus, Chicungunha e Dengue, gera ainda mais preocupação. É nesse sentido que a Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano propõe refletirmos sobre todas essas questões e tomarmos uma posição de fiscais do governo no que diz respeito ao assunto.
                          
Saneamento Básico e a saúde da população 

Um estudo do Instituto Trata Brasil mostrou que o País convive com milhares de casos de internação por diarreias todos os anos (400 mil casos em 2011, sendo 53% de crianças de 0 a 5 anos), muito disso devido à falta de saneamento. Já um estudo do BNDES estima que 65% das internações em hospitais de crianças com menos de 10 anos sejam provocadas por males oriundos da deficiência ou inexistência de esgoto e água limpa, que também surte efeito no desempenho escolar, pois crianças que vivem em áreas sem saneamento básico apresentam 18% a menos no rendimento escolar.

Veja alguns dados coletados a partir de pesquisa do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2013), do Estudo Trata Brasil “ Ociosidade das Redes de Esgoto – 2015”, Censo Escolar 2014 e Estudo Trata Brasil “De Olho no PAC - 2015”:

- 48,6% da população brasileira têm acesso à coleta de esgoto, mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a este serviço.

- Mais de 3,5 milhões de pessoas, nas 100 maiores cidades do país, despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo redes coletoras disponíveis.

- Mais da metade das escolas brasileiras não têm acesso à coleta de esgotos.

- 47% das obras de esgoto do PAC, monitoradas há seis anos, estão em situação inadequada. Apenas 39% de lá para cá foram concluídas e, hoje, 12% se encontram em situação normal.

- Cerca de 450 mil pessoas nos 15 municípios paulistas têm disponíveis os serviços de coleta dos esgotos, porém não estão ligados às redes, e, portanto, despejam seus esgotos de forma inadequada no meio ambiente.

Pense e reflita sobre esse assunto e não deixe de pesquisar a respeito nos diversos materiais lançados na ocasião da Campanha da Fraternidade. Entre eles o DVD informativo e de reflexão produzido pelo Mundo Jovem e Instituto Cultural Padre Josimo, chamado “Saneamento Básico: cuidar do planeta, nossa casa”. Saiba mais sobre ele neste link: http://www.mundojovem.com.br/noticias/iniciando-na-proxima-quarta-feira-campanha-da-fraternidade-2016-vai-tratar-de-saneamento-basico e entre nessa causa comum a todos nós.  

Confira também matéria especial sobre o assunto na edição de Fevereiro/2016 do Jornal Mundo Jovem. 
Equipe Mundo Jovem

segunda-feira, 14 de março de 2016

“Servir, ajudar, esquecer-se de si: isso é amor”



Luca Marcolivio  |  14/03/16

Na audiência geral jubilar que precede a Semana Santa, o papa Francisco se concentrou no significado do rito do lava-pés. O gesto realizado por Jesus na Última Ceia foi “tão inesperado e chocante” que “Pedro não queria aceitá-lo”.
Mas nosso Senhor, ao lavar os pés dos discípulos, os chama ao “serviço” como “o caminho a percorrer para viver a fé n’Ele e para dar testemunho do Seu amor”. Tendo-se Ele feito servo, fez também os homens servos uns dos outros (“Também vós deveis lavar os pés uns dos outros” – Jo 13,12-14), revelando, assim, “a maneira de Deus de agir conosco”.
Esta “servidão” não tem nada a ver com “servilismo”: é o “novo mandamento” do amor, um “serviço concreto que prestamos uns aos outros” e que não é feito apenas de “palavras”.
O amor é um “humilde serviço” realizado “no silêncio”, como pediu Jesus: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6,3). Isso implica “disponibilizar os dons que o Espírito Santo nos concedeu” e, ao mesmo tempo, “partilhar os bens materiais para que ninguém fique em necessidade”, de acordo com um estilo de vida que “Deus também sugere a muitos não cristãos como caminho de verdadeira humanidade”.
O lavatório dos pés recorda também o convite de Jesus a “confessar os nossos pecados e a rezar uns pelos outros para saber-nos perdoar de coração”.
A este respeito, o Santo Padre citou Santo Agostinho, que escreveu: “O cristão não desdenhe fazer o que Cristo fez. Porque quando o corpo se inclina ao pé do irmão, o sentimento de humildade se acende no coração, ou, já se existia, é alimentado”. O bispo de Hipona recorda ainda: “Perdoemo-nos os nossos erros e rezemos uns pelo perdão dos pecados dos outros, e, assim, de alguma forma, lavaremos mutuamente os nossos pés”.
O pontífice destacou que muitas pessoas passam a vida “a serviço dos outros”, citando uma carta recebida na semana anterior de uma pessoa que lhe agradecia pelo ano da misericórdia: “[Essa pessoa] me pedia que rezasse por ela, para ficar mais perto do Senhor. A vida dessa pessoa era cuidar da mãe e do irmão; a mãe de cama, idosa, lúcida, mas sem poder se mover, e o irmão deficiente, em cadeira de rodas”. Uma situação familiar difícil, que, por duas vezes, Francisco definiu dizendo: “Isto é amor!”.
“Servir” e “ajudar”, esquecer-se de si mesmo e pensar nos outros: estas são atitudes que lembram o lava-pés, onde “o Senhor nos ensina a ser servos, mais servos, como Ele foi servo por nós, por cada um de nós”.
“Queridos irmãos e irmãs, ser misericordiosos como o Pai significa seguir Jesus no caminho do serviço”, concluiu o papa.

“Senhor, não te entendo. Mas, sem entender, confio-me em suas mãos”, diz o Papa



Redacao  |  14/03/16

O Papa Francisco refletiu nesta manhã em Santa Marta sobre alguns fatos dramáticos dos últimos tempos. Diante desses “vales escuros” do nosso tempo a única resposta é confiar em Deus, garantiu.
Referindo-se à primeira leitura, tirada do Livro de Daniel, o Papa indicou que Susana, uma mulher justa, é “sujada” pelo “mal desejo” de dois juízes, mas prefere confiar em Deus e escolher morrer inocente do que fazer o que esses homens queriam. Por isso, o Papa indicou que até quando nos encontramos percorrendo um “vale escuro” não devemos temer nenhum mal.
O Senhor sempre caminha conosco, nos ama e não nos abandona. E então Francisco mencionou vários “vales escuros” do nosso tempo.
“Quando nós, hoje, vemos tantos vales escuros, tantos infortúnios, tantas pessoas que morrem de fome, de guerra, tantas crianças com deficiência, tantas… tantas que agora, você pergunta aos pais: ‘Que doença tem? – ‘Ninguém sabe: chama-se doença rara’. É o que nós fazemos com as nossas coisas: pensemos nos tumores da Terra do fogo…. Então, você vê tudo isso e pergunta onde está o Senhor?, onde está?”, perguntou-se Francisco.
Você caminha comigo? Este era o sentimento de Susana. Também o nosso. E deu um exemplo: “você vê quatro freiras assassinadas: mas, serviam por amor, e terminaram assassinadas por ódio”. Também quando “você vê que se fecham as portas aos refugiados e eles são deixados de fora, na intempérie, com o frio… Mas tu, Senhor, onde estás”.
E como confiar no Senhor vendo todas estas coisas? Quando essas coisas acontecem conosco, cada um pode dizer: mas, como confiar em Ti? O Santo Padre garantiu que para esta pergunta existe somente uma resposta possível: “não se pode explicar, não sou capaz”.
Diante da pergunta sobre o sofrimento de uma criança, o Pontífice propõe a passagem de Jesus no Getsêmani. ‘Pai, se queres, afasta de mim este cálice. Mas que não se faça a minha vontade e sim a tua’. A este respeito, Francisco destacou que Jesus confia na vontade do Pai. “Jesus sabe que não termina tudo com a morte ou com a angústia, e a última palavra da Cruz: ‘Pai, em tuas mãos encomendo o meu espírito’. Confiar em Deus, que caminha comigo, que caminha com o meu povo, que caminha com a minha Igreja: isso é um ato de fé. Eu confio. Não sei: não sei por que isso está acontecendo, mas eu confio. Tu saberás o motivo”.
O Papa, na sua homilia matutina, destacou que este é o “ensinamento de Jesus”. Quem confia no Senhor, que é Pastor, nada lhe falta. Ainda que passe pelo vale escuro “sabe que o mal é um mal do momento, mas o mal definitivo não estará porque o Senhor, ‘porque Tu estás comigo. Teu bastão e teu cajado me sustentam”.
O Santo Padre sublinhou que “é uma graça”, que devemos pedir. “Senhor, ensina-me a entregar-me nas tuas mãos, a confiar na sua guia, também nos momentos difíceis, no momentos escuros, no momento da morte”.
Para finalizar, Francisco garantiu que vai nos fazer bem na nossa vida, nos problemas que temos e “pedir a graça de confiar nas mãos de Deus”. E pensar – acrescentou – em tantas pessoas que nem sequer têm um último carinho na hora de morrer. A propósito o Santo Padre recordou que há três dias uma pessoa sem-teto morreu de frio na rua, perto de São Pedro. “Em plena Roma, uma cidade com todas as possibilidades para ajudar: Por que, Senhor? Nem sequer uma carícia… mas confio porque Tu não decepcionas”.
Senhor – concluiu – não te entendo. Esta é uma bonita oração. Mas sem entender, confio em suas mãos.